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sábado, 14 de agosto de 2010

Os dez fatores da vida

Dez Fatores da Vida (junyoze)

(Brasil Seikyo, edição nº 1711, 16/08/2003, página A5.)

1) Quando recitamos o Gongyo, repetimos três vezes o trecho final do capítulo Hoben — “Sho-i-sho-ho. Nyo-ze-so. Nyo-ze-sho... Nyo-ze-hon-ma-ku-kyo-to” —, por quê?

Nesse trecho, o Buda Sakyamuni expõe “a essência real de todos os fenômenos” e os “Dez Fatores da Vida” (junyoze). Podemos dizer que essa é a parte mais importante do capítulo Hoben (Meios) do Sutra de Lótus, e explica que todos os fenômenos e toda a vida existente no Universo manifestam os Dez Fatores, que são: 1) Aparência (Nyo-ze-so), 2) Natureza (Nyo-ze-sho), 3) Entidade (Nyo-ze-tai), 4) Poder (Nyo-ze-riki), 5) Influência (Nyo-ze-sa), 6) Causa interna (Nyo-ze-in), 7) Relação (Nyo-ze-en), 8) Efeito latente (Nyo-ze-ka), 9) Efeito manifesto (Nyo-ze-ho) e 10) Consistência do início ao fim (Nyo-ze-hon-ma-ku-kyo-to). O fato de recitarmos três vezes está baseado em uma declaração do Buda Original na escritura “A Doutrina de Itinen Sanzen”, conforme explana o presidente Ikeda na Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo (pág. 129). Ler os Dez Fatores três vezes significa manifestar as três verdades da não-substancialidade, da existência temporária e do Caminho Médio em nossa vida. Significa também manifestar as três propriedades iluminadas do Buda, isto é, a propriedade da Lei, da Sabedoria e da Benevolência. Além disso, Nitiren Daishonin declarou: “Há maior benefício em ler três vezes (essa passagem).” O presidente Ikeda complementa então na Preleção: “Em síntese, lemos o trecho três vezes para proclamar que nossa vida é a de um nobre Buda e para aumentar os benefícios da fé.”

2) Poderia explicar melhor cada um dos dez fatores?

A aparência, a natureza e a entidade descrevem a composição essencial de todos os fenômenos da vida do ponto de vista estático. Resumidamente, a “aparência” indica os atributos externos da vida que podemos perceber ou observar, tais como a cor e a forma. A “natureza” se refere ao aspecto espiritual da vida, isto é, às características que não podem ser vistas externamente, como a mente e a consciência. A “entidade” é a essência da vida que permeia e integra a “aparência” e a “natureza”.

Já o poder, a influência, a causa interna, a relação, o efeito latente e o efeito manifesto analisam o modo como operam todos os fenômenos, ou seja, explicam as ações e funções da vida do ponto de vista dinâmico. O “poder” indica a capacidade de agir ou a energia inerente que todos possuem. A “influência” é a ação dirigida ao exterior. A “causa interna” é a causa direta, inerente à vida, que produz um efeito correspondente. A “relação”, também chamada de “causa externa”, indica as diversas condições indiretas que ativam a causa interna para produzir seus efeitos. Assim, quando a “causa interna” é submetida a condições propícias da “relação”, produz efeitos nas profundezas da vida. Esses efeitos correspondem ao “efeito latente”. O “efeito manifesto” é a manifestação em forma de resultado concreto e perceptível do “efeito latente”. E, finalmente, a “consistência do início ao fim” indica a perfeita integração ou a coerência que existe entre esses nove fatores em cada momento da vida.

3) Todas as pessoas possuem os Dez Fatores da Vida?

Todos nós, sem exceção, vivemos dentro da estrutura dos Dez Fatores da Vida. Ninguém poderia dizer que não possui “aparência”, pois se assim fosse, estaríamos diante de uma pessoa invisível. Da mesma forma, ninguém poderia afirmar não ter personalidade, nem energia, ou que não desempenha nenhuma atividade, por menor que seja. Tampouco poderia existir uma situação em que a “aparência” correspondesse a uma pessoa, a “natureza” a outra e a “entidade” a uma terceira pessoa, pois há uma consistência entre todos esses fatores que juntos formam a totalidade de cada indivíduo.

4) Os Dez Fatores se aplicam somente aos seres humanos?

Não. As flores, por exemplo, possuem “aparência”, “natureza” e “entidade” da beleza; “poder”, “influência”, “causa interna”, “relação”, “efeito latente”, “efeito manifesto” e também a ‘consistência do início ao fim’, pois todos esses fatores estão integrados de forma coerente com a vida de uma flor. Até mesmo a objetos sem vida, como a rocha, o céu, a Lua, as estrelas, o Sol, as casas, os carros, os móveis e os utensílios, pode-se aplicar este conceito. Conforme explanação do presidente Ikeda na Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, a “Essência Real dos Dez Fatores” existe no ambiente (sociedade), da mesma forma que ocorre em nossa vida e em nosso dia-a-dia. Enfim, os Dez Fatores descrevem a composição de todas as formas de vida e fenômenos existentes no Universo.

5) Como podemos, então, aplicar o conceito da “Essência Real dos Dez Fatores” na vida diária?

Na Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, o presidente Ikeda escreve: “Muitos fatos ocorrem sucessivamente no curso da vida. Há sofrimentos e alegrias, ventos favoráveis e desfavoráveis. Todos esses fenômenos oferecem oportunidades para fazermos brilhar em nossa vida a ‘essência real’ do estado de Buda. Podemos usar tudo o que nos ocorre para expandir nossa felicidade. Isso é o que significa conduzir uma vida iluminada pela sabedoria da ‘Essência Real de Todos os Fenômenos’.”

Diariamente, ao realizarmos o Gongyo, recitando o trecho do capítulo Hoben — “Sho-i-sho-ho... Nyo-ze-hon-maku-kyo-to — estamos louvando a natureza do Buda inerente em nossa vida, assim como na de todas as outras pessoas. Portanto, com a plena convicção de que possuímos esse infinito potencial inerente, vamos nos esforçar para manifestá-lo, superando todos os tipos de circunstâncias. O presidente Ikeda traduz esta mensagem do capítulo Hoben em uma única frase: “Faça com que o Sol do estado de Buda desponte em seu coração.”

Fontes de consulta: Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, págs. 118-136. Terceira Civilização, edição no 320, abril de 1995, págs. 22-23. Brasil Seikyo, edição no 1.352, 27 de janeiro de 1996, págs. 3-4.

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