Nossos próximos encontros serão

Daimoku da União - dia 18/08, quarta-feira, as 19:00 hs.

Reunião de Membros e Convidados - dia 19/08, quinta-feira, as 17:00hs.

O local está indicado na sua programação.

domingo, 23 de maio de 2010

As bases para atingir o estado de Buda

As bases para atingir o estado de Buda
(Brasil Seikyo, edição nº 2032, 24/04/2010, página B1.)

“O Sutra afirma: ‘As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do Buda, e renasceram constantemente na companhia de seus mestres’(1). (...) Antes de tudo, assegure-se de que está seguindo o mestre original para que possa atingir o estado de Buda.” (Terceira Civilização, edição no 493, setembro de 2009, pág. 51.)


Resumo e cenário histórico

Esta carta, também conhecida como “Resposta a Lorde Soya”, foi escrita por Nitiren Daishonin em 3 de agosto de 1276, aos 54 anos de idade, quando se encontrava no Monte Minobu. Presume-se que o recebedor foi Soya Jiro Hyoe-no-jo Kyoshin (1224-1291), um oficial da seção judicial do shogunato de Kamakura, que vivia na Vila Soya, na província de Shimosa, atual prefeitura de Tiba. Soya converteu-se aos ensinos de Daishonin por volta de 1260, tornando-se um dos seus principais seguidores, junto com Toki Jonin e Ota Jomyo. Ele recebeu sete cartas de Daishonin, a maior parte das quais explica princípios significativos do budismo. Ele se manteve fiel ao Budismo de Daishonin durante toda a vida.


Tópicos da explanação do Presidente Ikeda

A passagem “As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do Buda, e renasceram constantemente na companhia de seus mestres” descreve que o mestre e o discípulo têm se dedicado juntos, desde o remoto passado, ao mesmo e grandioso juramento de bodhisattva — conquistar a própria felicidade e a de outras pessoas.

Por ocasião da cerimônia de terceiro ano de falecimento (segundo, conforme a contagem ocidental) do professor Makiguti, em novembro de 1946, o Sr. Toda, segundo presidente da Soka Gakkai disse sobre seu mestre: “O senhor, com sua imensa benevolência, permitiu-me acompanhá-lo até o cárcere. Graças a isso, pude ler com todo o meu ser a passagem do Sutra de Lótus que diz: ‘As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do Buda, e renasceram constantemente na companhia de seus mestres’. O benefício que obtive foi a compreensão de minha existência passada como Bodhisattva da Terra e absorver com minha própria vida mesmo que uma pequena parcela do significado do Sutra. Poderia haver felicidade maior que esta?”

Tais palavras solenes do Sr. Toda ficaram gravadas em meu coração desde que as ouvi, pela primeira vez, na juventude. A gratidão que sinto por meu mestre é exatamente a mesma ainda hoje. Quem segue pelo caminho de mestre e discípulo desfruta um estado de vida indestrutível, imbuído das quatro nobres verdades — eternidade, felicidade, verdadeira identidade e pureza(2) —, em ritmo com a Lei Mística eterna. Este é um caminho de ilimitada alegria por cumprir a mais nobre missão que alguém possa ter na vida. Quero transmitir essa alegria infinita aos jovens.

O coração do Sutra de Lótus e do Budismo de Nitiren Daishonin reside em ser fiel ao juramento de conduzir os outros à iluminação, dedicando-nos juntos, sem cessar, pelo caminho de mestre e discípulo, pelas três existências — passado, presente e futuro. Por mais famosos ou bem-sucedidos que sejamos, sem um mestre, nossa vida será triste e solitária. Sem um mestre, a verdadeira vitória como seres humanos será ilusória. Possuir um mestre a quem possamos seguir por toda a vida é um dos maiores benefícios que poderíamos ter.

Em agosto de 1947, conheci meu mestre Jossei Toda, que mais tarde se tornaria o segundo presidente da Soka Gakkai. Naquele verão, aos 19 anos, tomei a decisão consciente de me tornar seu discípulo. Instintivamente, senti que podia confiar no Sr. Toda, que ele era a pessoa a quem devia adotar como mestre da vida. Com base nessa firme convicção, lancei-me a uma jornada ao lado dele, decidido a realizar uma revolução religiosa e assegurar a paz mundial duradoura. Até hoje continuo a me dedicar a essa jornada espiritual com a mesma paixão inicial.

Nesses cinquenta anos na liderança do Kossen-rufu mundial, após a morte do Sr. Toda [em abril de 1958], tenho aberto caminhos, derrubando todos os tipos de impedimentos, mantendo um permanente diálogo interior com meu mestre. Junto de vocês, meus companheiros de cada país, estabeleci as bases do Kossen-rufu mundial numa escala sem precedentes. Hoje, não tenho nada do que me arrepender. Triunfei em todas as frentes. Para mim, não há satisfação maior na vida do que poder relatar esses triunfos a meu mestre. Uma vida dedicada a concretizar os sonhos compartilhados com o mestre — eis o modo de vida mais significativo que existe. Quanto mais elevado for o ideal, mais valioso e duradouro será o legado para as gerações futuras.

O Budismo de Nitiren Daishonin nos brinda com a filosofia e a prática necessárias para termos contato com a sabedoria genuína, tanto em benefício próprio como para o bem dos demais. Sua força nos impele a assumir o desafio de vencer a dificuldade mais extrema e a jamais desistir. O que sustenta essa rede humana, a união de esforços dos praticantes é a relação de mestre e discípulo. Tal relação é a essência, o fator vital para a vitória nessa empreitada. Nesta carta, “As bases para atingir o estado de Buda”, Nitiren Daishonin descreve o coração de um verdadeiro mestre budista, revelando o próprio espírito abnegado de enfrentar quaisquer dificuldades para que a água da infinita sabedoria do Buda flua e irrigue “o solo árido da vida das pessoas que habitam o mundo maléfico dos Últimos Dias”.

Quem herdou diretamente esse legado e se empenhou pelo Kossen-rufu com a mesma intenção e postura de Daishonin foram os três primeiros presidentes da Soka Gakkai, unidos pelos laços de mestre e discípulo. Junto deles, os nobres membros da Soka Gakkai — e sobretudo os pioneiros do grupo Muitos Tesouros — têm proclamado séria e sinceramente o ensino budista correto de Nitiren Daishonin no mundo inteiro. Os membros da Soka Gakkai têm buscado ardentemente romper os espessos muros da escuridão fundamental, que tenta impedir a passagem da luz da natureza de Buda, e se dedicado a plantar as sementes da Lei Mística na vida das pessoas. Ninguém é mais forte do que os que lutam munidos com esse espírito invencível.

Essas pessoas se transformaram em indivíduos de caráter notável, merecedoras de total confiança, admiradas e respeitadas dentro e fora de nossa organização. Os mestres e os discípulos Soka triunfaram!

Palavras e Frases:

(1) “As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do Buda, e renasceram constantemente na companhia de seus mestres”: Passagem do 7o Capítulo do Sutra de Lótus, Parábola da Cidade Imaginária.

(2) Eternidade, felicidade, verdadeira identidade e pureza: Quatro nobres qualidades que descrevem a real natureza da vida do Buda, pura e eterna, capaz de manifestar a sua verdadeira identidade e a absoluta felicidade. Como todas as pessoas possuem a natureza do Buda, podem desenvolver estas quatro virtudes quando alcançam o estado de Buda.

Gongyo comemorativo

Companheiros do kossen rufu...

No próximo dia 25 (terça-feira) às 19h, acontecerá de forma extraordinária um Gongyokai no
Centro Cultural do Rio de Janeiro, alusivo aos 50 anos de posse do
Presidente Ikeda.

Nesta data nosso mestre receberá várias homenagens.

Não há necessidade de convite.

Solicitamos que informem os membros sobre essa atividade.

Abraços e uma maravilhosa semana a todos.

sábado, 22 de maio de 2010

Esho funi - Inseparabilidade da vida e seu ambiente

Inseparabilidade da vida e seu ambiente (esho funi): Conceitos gerais (1)
(Brasil Seikyo, edição nº 1624, 20/10/2001, página A6.)

Dentre os vários princípios expostos pelo budismo, existe também o esho funi, que elucida a íntima relação entre a vida e o meio ambiente.


Este conceito tem uma importância fundamental para entendermos as relações que estabelecemos ao longo da vida nos vários locais em que vivemos: família, trabalho, vizinhança, organização, enfim, na sociedade como um todo.

Para compreendermos melhor este princípio, podemos analisar a palavra esho funi da seguinte maneira:

Esho é a combinação das primeiras sílabas de e-ho e sho-ho. Sho-ho se refere ao sujeito, isto é, o ser dotado de vida, como por exemplo nós, seres humanos. E-ho se refere ao objeto que sustenta e possibilita a expressão da vida, isto é, o ambiente do ser vivo.

Funi significa dois fenômenos independentes, mas inseparáveis.

Assim, pelo seu próprio significado literal, o termo esho funi significa que a pessoa e seu ambiente são dois fenômenos independentes, porém unos em sua existência fundamental. Em outras palavras, a pessoa e seu ambiente formam uma vida única e completa, sendo que nenhuma pode existir separada da outra.

Na escritura “Os Presságios”, Nitiren Daishonin apresenta uma analogia que ilustra este conceito: “As dez direções são ‘ambiente’ (e-ho), e os seres sensíveis são ‘vida’ (sho-ho). O ambiente é como a sombra, e a vida, o corpo. Sem o corpo não pode haver sombra. Analogamente, sem a vida, o ambiente não pode existir, embora a vida seja sustentada pelo seu ambiente.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 4, pág. 186.)

Assim, seguindo este raciocínio, não pode haver vida sem um ambiente no qual ela possa se manifestar, assim como não é possível existir um ambiente sem vida nele. Por outro lado, com o exemplo do corpo e da sombra, Daishonin nos mostra a maneira correta de considerarmos as diversas circunstâncias que nos cerca no dia-a-dia, especialmente quando se quer transformá-las. É importante conscientizarmo-nos de que a mudança das condições que nos rodeiam passa obrigatoriamente pela nossa própria transformação. Conforme o exemplo citado por Daishonin, querer transformar o ambiente sem a mudança de si próprio é tão absurdo quanto à tentativa de endireitar uma sombra sem mexer o corpo.

Enfim, podemos compreender o fato inegável de que a pessoa e seu ambiente são inseparáveis. Contudo, o princípio de esho funi não se restringe apenas a uma simples explicação da relação inseparável entre os dois, mas vai muito além, elucidando de que forma a vida se manifesta no ambiente, dando suas características peculiares.


Inseparabilidade da vida e seu ambiente (esho funi) (2)
(Brasil Seikyo, edição nº 1625, 27/10/2001, página A5.)

Conforme publicado na edição anterior, o princípio de esho funi indica que uma pessoa e seu ambiente formam uma única e completa vida, ou seja, a vida não se restringe apenas aos aspectos físicos do corpo, mas se estende para o ambiente em que habita. Constitui-se de uma série de elementos que lhe dão característica única, manifestando diferentes aspectos e revelando sua individualidade nesse ambiente. Sob esse ponto de vista, não existem duas pessoas fisicamente iguais e com personalidades semelhantes.


A visão budista da vida embasada nos Três Princípios da Individualização (san seken) nos oferece melhor compreensão de como ela se manifesta no ambiente. Os Três Princípios da Individualização constituem-se dos cinco componentes da vida, do ambiente social e do ambiente natural.

Os cinco componentes da vida (go’on seken)

De acordo com a definição budista de Três Princípios da Individualização, uma pessoa é a “fusão temporária dos cinco componentes”:

1) Forma: corpo, ou seja, a constituição física do corpo e dos seus órgãos.
2) Percepção: função de perceber claramente as informações externas e gravá-las em sua mente.
3) Concepção: função de elaborar concepções mentais e idéias sobre algum objeto ou informação percebida.
4) Vontade (força que motiva a ação): desejo de desencadear alguma espécie de resposta a partir das concepções mentais criadas ou das idéias de algum objeto percebido, assim como a própria resposta.
5) Consciência: conjunto global do consciente de uma pessoa, ou seja, a entidade que substancia e ativa as outras quatro funções.

Em resumo, cada pessoa é uma integração temporária da forma, percepção, concepção, vontade e consciência. De maneira mais ilustrativa, podemos dizer que cada uma possui, antes de mais nada, uma forma, que é o corpo; percebe as coisas que acontecem ao redor, como por exemplo, ouve uma música e a registra na mente; forma então uma idéia (concepção) sobre o que percebeu, por exemplo considerando a música alegre ou triste; em seguida, manifesta o desejo de responder à idéia que formou, como dançando, cantando ou chorando, a partir da impressão que teve da música; e, por fim, adquiri uma consciência sobre a interação com o ambiente externo, por exemplo o impacto que a música teve sobre as emoções.

Os cinco componentes se manifestam ainda de diferentes maneiras, de acordo com o estado de vida de uma pessoa. No livro “Vida — Um Enigma, uma Jóia Preciosa”, o presidente Ikeda cita o seguinte exemplo: “Tanto a mulher vietnamita como o homem doente se encontram no estado de Inferno, no entanto não se identificam um com o outro, pois tanto as circunstâncias particulares como a personalidade individual de cada um são distintas.” (Pág. 173.) Portanto, a vida de ambos, embora na mesma condição de vida (Inferno), se manifesta de diferente forma.

Assim, podemos entender que a integração dos cinco componentes, somados aos Dez Estados de Vida é o que torna cada pessoa única, tanto física como espiritualmente, e forma sua personalidade.


Inseparabilidade da vida e seu ambiente (esho funi) (3)
(Brasil Seikyo, edição nº 1626, 03/11/2001, página A6.)

Apresentaremos a seguir a visão dos ambientes social e natural embasada nos Três Princípios da Individualização. Na edição anterior, vimos que os cinco componentes da vida se expressam de diferentes formas, de acordo com o estado de vida de uma pessoa. Simultaneamente, os seres vivos mostram diferenças entre si de acordo com seu ambiente social e natural.


Ambiente social (shujo seken)

Conhecido também como o “mundo dos seres vivos”, refere-se ao relacionamento constante e de mútua influência entre todos os seres vivos. Em outras palavras, “ambiente social” indica que nenhum ser vivo pode viver totalmente isolado dos outros. Como ser humano, o “ambiente social” indica que vivemos a vida conjuntamente com outras pessoas.

Ambiente natural (kokudo seken)

O ambiente natural é o lugar onde os seres vivos habitam e do qual dependem para desenvolverem suas atividades vitais. Eles jamais podem viver isolados desse ambiente, pois é a essência de sua existência.

O “ambiente natural” não se refere apenas ao local físico, mas sim à condição do local, que, na verdade, é o reflexo da vida das pessoas que o habitam. Sobre isso, o presidente Ikeda cita: “Cada vida é individual e, enquanto se manifesta neste mundo, uma particular existência simultaneamente configura um meio ambiente com o qual seja compatível. Para ver a verdade disso basta olhar as circunvizinhanças de uma pessoa particular, pois, nesse meio, podemos distinguir claramente todas as inclinações e características de sua vida. Se tentarmos imaginar um ser humano sem meio ambiente, estaremos falando de nada, configurando-o miticamente. Na medida em que a vida estende sua influência à circunvizinhança, o meio ambiente automaticamente muda de acordo com a condição da vida. Então, o meio ambiente — que é um reflexo da vida interior dos seus habitantes — sempre adquire as características dos que nele existem.” (Vida — Um Enigma, uma Jóia Preciosa, Editora Record, pág. 173.)

Em resumo, um ser vivo nasce (fusão dos cincos componentes), cresce e se desenvolve a partir da sua relação com o mundo a sua volta, constituído pelos seus pais, amigos, professores etc. (ambiente social). Esta interação com o mundo ao seu redor se dá num determinado ambiente, seja em casa, na escola, no trabalho ou na comunidade (ambiente natural).

Do ponto de vista de esho funi, os cinco componentes da vida constituem o sho-ho, que é o sujeito; os ambientes social e natural formam o e-ho, que é o ambiente. Os Três Princípios da Individualização fazem parte do itinen sanzen (Três Mil Mundos num Único Momento da Vida), que representa a vida integral de um ser.

Portanto, os cinco componentes da vida e os ambientes social e natural estão contidos dentro do próprio ser vivo. Desta forma, o conceito budista da vida revela a realidade que inclui tanto o sho-ho (sujeito) como o e-ho (ambiente) que são, portanto, unos e inseparáveis.


Inseparabilidade da vida e seu ambiente (esho funi) (4)
(Brasil Seikyo, edição nº 1627, 10/11/2001, página A6.)

Enfim, entendendo o princípio budista de esho funi, compreendemos que as relações que estabelecemos com as pessoas, o local onde nos encontramos e vivemos, ou seja, tudo que se manifesta no nosso dia-a-dia está relacionado com o nosso estado de vida. Portanto, se hoje desfrutamos de um lar harmonioso e um bom ambiente de trabalho, ou se vivemos relações conflitantes, num ambiente permeado pelo ódio, trapaças e inveja, somos responsáveis por isso, pois tanto a felicidade como o sofrimento estão contidos em nossa vida.


Discorrendo sobre esse conceito, o presidente Ikeda afirmou: “Um trecho em ‘Ensinamentos Secretos em Três Partes’ nos diz o seguinte: ‘O Inferno é uma habitação de ferro em brasa e Fome é o lugar quinhentos yujun abaixo do mundo humano.’ De um lado, isto exprime graficamente a agonia do ambiente do Inferno: um estado no qual os seres vivos são privados dos seus desejos e do seu direito de viver. De outro, nos lembra de que o domicílio de uma pessoa no estado de Fome — quer dizer, uma situação em que os desejos instintivos não podem ser satisfeitos — fica a uma grande distância do mundo apropriado aos seres humanos. É como se essa pessoa estivesse confinada no fundo de um poço e não pudesse obter comida ou água.” (Vida — Um Enigma, uma Jóia Preciosa, Editora Record, págs. 173-174.)

E na escritura “Sobre atingir o estado de Buda nesta existência”, Nitiren Daishonin declara: “Se o senhor profere o nome do Buda, recita o sutra, ou simplesmente oferece flores e incenso, todos esses atos virtuosos implantarão benefícios e raízes de benevolência em sua vida. Com essa convicção o senhor deve se empenhar na fé. O sutra Vimalakirti declara que, quando se busca a condição de absoluta liberdade do Buda na mente dos mortais comuns, descobrirá que eles são entidades da iluminação, e que os sofrimentos do nascimento e da morte são nirvana. Também afirma que se a mente das pessoas é impura, sua terra será igualmente impura. Mas se sua mente é pura, assim será sua terra. Portanto, não há duas terras, pura e impura ao mesmo tempo. A diferença reside unicamente na mente boa ou má das pessoas.” (Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 3.)

Segundo a filosofia de Nitiren Daishonin, a prática budista nos capacita a atingir o estado de Buda, a mais alta condição de vida. Manifestar o estado de Buda é construir uma condição de vida sólida, capaz de influenciar positivamente todo o ambiente em que vivemos. Isso é enfatizado claramente pelo presidente Ikeda na passagem a seguir: “Uma pessoa que atinge o estado de Buda é igual ao átomo que detona uma reação físsil. Sua força vital é pura e profusa e causa notáveis mudanças no âmago de outras vidas. Como a grama que começa a ressecar, mas que pode ser restaurada com uma boa chuva, ou como uma caravana é revitalizada pela água fresca ao chegar a um oásis, os indivíduos e seus ambientes podem ser infundidos do poder e da alegria de viver quando descobrem a força vital do estado de Buda.”(Vida — Um Enigma, uma Jóia Preciosa, págs. 177-178.)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Espírito de procura

Abutsu-bo, um modelo de espírito de procura (1)
(Brasil Seikyo, edição nº 1832, 18/02/2006, página A7.)

Pergunta: Poderia esclarecer quem foi Abutsu-bo?

Resposta: Endo Tamemori, que posteriormente veio a ser conhecido por Abutsu-bo, era um guerreiro samurai que serviu o imperador aposentado Juntoku, em Quioto. Numa tentativa fracassada de destronar o regime Hojo, Juntoku acabou sendo exilado juntamente com seu leal samurai Endo à miserável Ilha de Sado, acusados de rebelião contra o Shogunato Kamakura.
Após a morte de Juntoku, Endo assumiu o nome budista de Abutsu-bo, contração do nome do buda Amida, reverenciando incessantemente sua imagem pelo repouso de seu mestre. Tornou-se também um respeitado líder de uma vila agrícola que rodeava o vale central da Ilha de Sado, vale esse em que Nitiren Daishonin cumpriu seu exílio no período de 1271 a 1274. Daishonin fora exilado a esta ilha logo após a Perseguição de Tatsunokuti liderada por Hei no Saemon, sub-chefe da polícia militar da época.

Nitiren viveu nesse período numa cabana de madeira chamada San-maido, adotada como abrigo para os visitantes de um cemitério das proximidades. Cadáveres de indigentes e criminosos eram amontoados e abandonados lá. Este era o aspecto da Ilha de Sado. Um local gélido em que neve se acumulava e nunca derretia e para o qual eram enviados os criminosos do Japão. Os demais moradores, na maioria seguidores da seita Nembutsu, eram inclusive instruídos a manterem distância dos exilados e de maneira alguma oferecer qualquer tipo de ajuda. Todos, incluindo Abutsu-bo, odiavam Nitiren Daishonin, enfurecidos por ele criticar a crença no Buda Amida.
Numa noite, Abutsu-bo aproximou-se da cabana em ruínas, e encontrou Daishonin e Nikko Shonin. Disposto a matar Daishonin, começou a questioná-lo sobre as denúncias ao Buda Amida. À medida que ouvia respostas a todas as questões e sobre a grandiosidade da Lei Mística, Abutsu-bo ficou comovido pela elevada condição de vida e benevolência de Nitiren Daishonin e finalmente desfez-se de sua fé e jurou segui-lo por toda a vida. Estava tão impressionado que, ao retornar ao lar, converteu também sua esposa, Senniti-ama.

Desde então, Abutsu-bo passou a proteger Daishonin enviando-lhe alimentos juntamente com Senniti-ama arriscando a própria vida. O casal levava, inclusive, penas de escrever e outras necessidades. Abutsu-bo chegou a levar uma mesa para tornar mais fácil a Nitiren Daishonin a tarefa de escrever suas obras. Como resultado desta devoção de Abutsu-bo, pesados impostos caíram sobre ele e seu feudo foi confiscado.

Com o apoio de Abutsu-bo, Daishonin foi capaz de escrever muitos de seus mais importantes trabalhos em Sado, incluindo os escritos “Carta de Sado”, “O Objeto de Devoção para a Observação da Mente” e “Abertura dos Olhos”.

Em reconhecimento à sua pura fé, Nitiren Daishonin inscreveu-lhe o Gohonzon. Podemos entender a consideração de Daishonin para com seu idoso discípulo na seguinte passagem do escrito “Sobre a Torre de Tesouro”: “Abutsu-bo, você merece ser chamado de líder desta província do norte. Seria possível que o Bodhisattva Jogyo tivesse renascido neste mundo como Abutsu-bo e tivesse vindo me visitar? Quão maravilhoso! Está além de minha capacidade compreender o porquê o senhor possuir tão pura fé.”

Devido à sinceridade e pureza da fé e coragem inabalável de Abutsu-bo, podemos hoje e por toda a posteridade, compartilhar algumas das mais importantes obras de Daishonin em que ele concentrou a essência de seus ensinos.

Fontes de consulta:
Terceira Civilização, edição no 363, novembro de 1998, pág. 36.
Prefácio, Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. I

Abutsu-bo, um modelo de espírito de procura (2)
(Brasil Seikyo, edição nº 1833, 25/02/2006, página A7.)

Pergunta: O que podemos aprender a partir da prática de Abutsu-bo?

Resposta: No início de 1274, Nitiren Daishonin foi perdoado de seu exílio à ilha de Sado por Hojo Tokimune. No momento de sua partida da ilha foi acompanhado pelo idoso casal Abutsu-bo e Senniti-ama, que se dedicaram sinceramente durante três anos servindo e protegendo o mestre no exílio. Na despedida, eles determinaram manter e propagar todos os ensinamentos de Daishonin em Sado.

Assim que retornou a Kamakura, Daishonin foi convocado para se apresentar diante de Hei no Saemon, subchefe da polícia militar. Saemon queria saber quando as forças mongóis atacariam o Japão. Daishonin assegurou-lhe que a invasão ocorreria dentro de um ano e advertiu-o que as orações das outras seitas budistas não poderiam salvar a nação. Como sua advertência foi ignorada, e também por ser a terceira advertência não atendida pelo governo, Daishonin deixou Kamakura e partiu em maio de 1274 para viver no sopé do Monte Minobu.

Em Sado, conforme os dias passavam, a ansiedade do idoso Abutsu-bo de reencontrar Daishonin aumentava. Finalmente, ele decidiu visitar Daishonin no Monte Minobu mesmo que isso significasse arriscar sua vida numa longa e perigosa viagem. Ele sabia que teria de atravessar a fúria do Mar do Norte do Japão para chegar ao Monte Minobu e caminhar aproximadamente 400 milhas através de densas florestas e terrenos acidentados, atravessando montanhas e campos. Nitiren Daishonin elogiou especialmente a esposa de Abutsu-bo, Senniti-ama, por sua sinceridade em encorajar o marido a viajar para reencontrá-lo em Minobu.

Abutsu-bo fez ao todo três viagens. Em 21 de março de 1279, aos 91 anos de idade, Abutsu-bo faleceu pacificamente em Sado.

O presidente Ikeda afirma que o admirável e destemido espírito de procura de Abutsu-bo é como o espírito dos membros da SGI que viajam até o Japão para aprimorarem-se na prática da fé e como dos membros atuais do Grupo Muitos Tesouros (Taho-kai) [Grupo da Soka Gakkai no Japão formado por membros com mais de 65 anos].

Em seus escritos, Daishonin descreve o significado da Torre de Tesouro enfatizando a sinceridade dos oferecimentos de seu estimado discípulo. Por exemplo, em “Carta a Abutsu-bo” consta: “Nos Últimos Dias da Lei, não há outra Torre de Tesouro além das figuras de homens e mulheres que abraçam o Sutra de Lótus”, e “Abutsu-bo é a própria Torre de Tesouro e esta é o próprio Abutsu-bo. Qualquer outra interpretação é desnecessária”.

Numa outra passagem encontramos: “O senhor pode pensar que ofereceu doação à Torre de Tesouro do Buda Taho, mas não é exatamente isso. O senhor ofereceu a si mesmo.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. I, pág. 347.)

Aqui Nitiren Daishonin assegura que fazer oferecimentos ao Gohonzon é o mesmo que fazer oferecimentos a si mesmo. Portanto, estimar e valorizar o Gohonzon equivale a estimar e valorizar a si próprio. Aqui reside o âmago da fé e a essência do budismo.

Daishonin esclarece que nos Últimos Dias da Lei nós próprios que recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo, independentemente da posição social, somos a Torre de Tesouro (Gohonzon) e que a Torre de Tesouro (Gohonzon) somos nós. Este ensino foi totalmente ignorado e distorcido pelo clero [da seita Nikken] que colocou a si próprio numa posição de respeito acima dos adeptos e manteve os seguidores subservientes pelo seu autoritarismo.

A admiração de Daishonin pela pura fé de seu discípulo motivou-o a nomeá-lo de Abutsu Shonin. O título “Shonin” significa “O Honrado”. Era para pessoas como Abutsu-bo que Daishonin concedia os títulos de “sábio”, “honrado” e “digno”. Esta descrição também aplica-se da mesma forma a todos nós que lutamos e superamos as dificuldades com base na prática da fé dentro do harmonioso mundo da Soka Gakkai.

Fontes de consulta:
Brasil Seikyo, edição no 1.249, 13 de novembro de 1993, pág. 3.
Ibidem, edição no 1.401, 8 de fevereiro de 1997, pág. 4.
Terceira Civilização, edição no 243, novembro de 1988, pág. 36.
Os escritos de Nitiren Daishonin.
Espírito de Procura

Num trecho do poema “Brasil seja monarca do mundo”, o presidente Ikeda escreve: “A verdadeira crença eleva e une os homens, abre e une os corações. Mestre e discípulo – a solidariedade verdadeira entre os seres humanos. Eis porque a relação entre mestre e discípulo é espírito de procura, desenvolvimento constante e uma relação eterna (...)”.

Porque Sensei diz que a relação entre mestre e discípulo é espírito de procura?
Quando buscamos um aprendizado realmente mais profundo sobre a vida, é indispensável encontrarmos um mestre que nos ensine e nos dê exemplos de vida. Todos os praticantes do budismo tiveram um mestre que passaram a ele os ensinamentos da filosofia budista. E todos os discípulos buscaram saber mais através do espírito de procura. Assim, quando caminhamos unidos com os veteranos da fé, temos a oportunidade de nos desenvolver rapidamente e conseguir dar grandes passos em direção a nossa revolução humana.

Sakyamuni ou Siddharta quando deixou sua vida de príncipe, foi movido por um enorme espírito de procura que o fez querer saber sobre os quatro sofrimentos da vida. Apesar de muito jovem, Siddharta era extremamente perspicaz e compreendeu rapidamente que ele e todas as pessoas enfrentavam igualmente os quatro sofrimentos da vida – nascimento (neste mundo dominado pelos problemas), envelhecimento, doença e morte. Embora estivesse cercado de suntuosidade, foi compelido pelo irresistível desejo de fazer algo a respeito desses sofrimentos, a renunciar à herança real, ao ambiente luxuoso e até mesmo à família. Almejando atingir a iluminação, passou a seguir uma vida de abnegação como a dos ascetas de sua época. Após um período de tempo considerável, descobriu que essa forma de viver era em vão. Retornou a uma vida mais moderada e engajou-se a uma profunda meditação até que finalmente atingiu seu objetivo. A fim de transmitir a todos a iluminação que havia alcançado, pregou durante cinqüenta anos deixando muitos ensinos, dentre eles o Sutra de Lótus.
Assim a filosofia foi sendo passada através dos séculos, de mestre a discípulo, graças ao espírito de procura de Sakyamuni e de cada um dos seus discípulos.
Nitiren Daishonin, o Buda Original dos Últimos Dias da Lei, estudou diversos ensinos budistas e mais profundamente, o Sutra de Lótus. Através do seu espírito de procura, analisou a vida e suas manifestações, atingindo a iluminação por si só – com sua própria compreensão – revelando a verdade fundamental da vida, o Nam-myoho-rengue-kyo.

Para nós discípulos de Nitiren Daishonin, o espírito de procura é o desejo de compreendermos as palavras do Sutra de Lótus e de colocá-las em prática na nossa vida, iniciando assim a nossa revolução humana.

Mas onde buscamos as respostas para o nosso espírito de procura?
O espírito de procura dentro da filosofia budista é algo essencial para o nosso desenvolvimento, para que possamos fazer a nossa revolução humana. Por isso, a nossa participação nas atividades da BSGI, nas reuniões de palestra, nas reuniões de estudo, nas reuniões comemorativas e nos encontros com o mestre, onde recebemos as diretrizes e os ensinamentos do presidente Ikeda e a nossa disposição para estudar os Goshos e colocar seus ensinamentos em nossa vida, também refletem nosso espírito de procura.

Participando de todas as atividades estamos manifestando o nosso espírito de procura. Mas o mais fundamental ensino, onde aprendemos realmente o que há de mais profundo em nossa vida, é a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo. Só através do Daimoku, da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo é que a verdade da nossa vida é revelada. Em síntese nosso espírito de procura nos leva à recitação do Nam-myoho-rengue-kyo.

Como disse Nitiren Daishonin “Algumas pessoas crêem no budismo como chamas ardentes enquanto outras como água corrente”. Como água corrente significa crer continuadamente sem nunca retroceder e sem se abalar pelas dificuldades. Para isso temos que ter um contínuo espírito de procura que nunca cessa, sempre procurando o nosso aprimoramento. Por isso o Sensei diz que é “desenvolvimento constante e uma relação eterna”.

O budismo não escraviza os participantes com dogmas pré-concebidos. Ao contrário, é uma filosofia viva e prática transmitida de pessoa a pessoa, de mestre para discípulo. É dito que os ensinos de um mestre somente podem ser transmitidos para um discípulo que mantém um puro espírito de procura. Se não fosse assim, o budismo não poderia ser compreendido, nem tampouco os ensinos de um mestre poderiam fluir continuamente para as novas gerações.

sábado, 15 de maio de 2010

Reunião Divisão dos Universitários "Rancor - para que?"

Ola amigos,

no último sábado, dia 08/05, aconteceu uma maravilhosa reunião da Divisão dos Universitários da Área Ilha. O tema da reunião foi "Rancor - para que?" onde pudemos refletir sobre esse perigoso sentimento. A reunião contou com a participação do Dr. Celso da Silva, membro da DS e psicólogo do grupo Flor de Lótus da BSGI.
Lembrando Fernando Pessoa, poeta português (1988-1935) há um poema que diz:

"Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és. E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão."
A reunião iniciou com a leitura de um texto de Paulo Coelho que trata sobre a necessidade de encerrarmos ciclos e virarmos as páginas da nossa vida. E em seguida valiosas orientações nos foram passadas.

Encerrando Ciclos
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistimos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos, não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrandocapítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que sentem-se culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida comcartas marcadas, portanto as vezes ganhamos, e as vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o está apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não tem data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do momento ideal.

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, não voltará. Lembre-se que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa – nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

domingo, 9 de maio de 2010

Revolução humana

Revolução humana (1)

(Brasil Seikyo, edição nº 1654, 01/06/2002, página A6.)

O termo “revolução humana” foi utilizado pela primeira vez pelo segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda. Logo após o lançamento do Seikyo Shimbun, ele escreveu um romance que seria publicado em série nesse jornal. O presidente Ikeda descreve esse episódio da seguinte forma: “Logo após a publicação da primeira edição do Seikyo Shimbun na primavera de 1951, o Mestre disse um dia com a mão no bolso do paletó:

“— Escrevi um romance. Já que vai sair no jornal, talvez seja necessária a publicação em série.
“O Mestre parecia estar acanhado, porém satisfeito.
“O material para o primeiro número já estava pronto e guardado dentro de seu bolso. Assim, nasceu o romance Revolução Humana, que ele escreveu sob o pseudônimo de Myo Goku. Senti nesse intante que um dia teria que dar continuidade a esse romance.” (Revolução Humana, vol. 1, pág. 7.)
Na seqüência, o presidente Ikeda esclarece a razão que o levou a continuar escrevendo essa obra nas seguintes frases:

“Compreendi na ressonância de sua voz que minha missão era transmitir corretamente para a posteridade o espírito e a vida do Mestre Jossei Toda; e este era seu desejo...
“Seja como for, a grandiosa revolução humana de uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade. — Eis o assunto do romance.” (Ibidem, págs. 8-9.)
Com essas palavras, sentimos a profundidade do significado do termo “revolução humana”, que abrange a reforma individual da vida de cada pessoa, ou seja, sua forma de viver, pensar e agir visando a fortalecer seu caráter e transformar seu mau carma.
Revolução humana não é algo extraordinário ou distante da nossa vida diária. Ela se desenvolve enquanto buscamos o auto-aprimoramento e criamos a paz no local onde vivemos por meio de nossa própria atuação.
A vida é uma constante luta contra nossas próprias tendências negativas. Nós mudamos constantemente. Mas a questão fundamental é se essas mudanças nos fazem avançar ou retroceder, ou seja, mudar nosso foco egocêntrico e limitado ou adquirir uma visão mais ampla dos acontecimentos que nos cercam.
Nada é mais imprescindível, e ao mesmo tempo mais difícil, que transformar a si mesmo. É mais fácil dizer “Este é meu jeito”. Porém, precisamos desafiar e transformar nossas tendências negativas para que elas não cresçam com o passar dos anos. O Budismo de Nitiren Daishonin abre o caminho justamente para isso: permite descobrirmos a entidade do “eu superior e essencial”, ou seja o Nam-myoho-rengue-kyo nas profundezas da nossa vida. Por meio da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo, nossa vida se torna repleta de energia vital e de sabedoria, criando assim forças para enfrentarmos as dificuldades em direção à própria revolução humana.

Revolução humana (2)
(Brasil Seikyo, edição nº 1655, 08/06/2002, página A6.)
A prática do Budismo de Nitiren Daishonin, que se baseia na recitação do Gongyo e do Daimoku diariamente, proporciona o fortalecimento do estado interior das pessoas, fazendo com que manifestem uma força ilimitada para transformar as adversidades em oportunidades e avançar rumo à revolução humana.
Por isso, o budismo ensina que todas as pessoas, sem exceção, possuem inerentemente um ilimitado potencial e que, por meio do desafio contínuo em busca da revolução humana, ele será manifestado. Com isso, elas podem estabelecer uma personalidade independente e invencível, sendo capazes de ultrapassar todas as situações que a vida impõe com coragem, sem cair em impasses. Dessa forma, são capazes de criar um ritmo de pleno avanço por toda a existência, encarando os sofrimentos como oportunidades de aperfeiçoamento.
É um erro analisar a vida apenas com base nas características do presente. Se uma pessoa simplesmente disser: “Eu sou tímida e serei assim por toda a minha existência”, jamais será capaz de evidenciar seu verdadeiro potencial para avançar. Mas sem ser necessário mudar totalmente suas características, é possível tornar-se uma pessoa que, embora seja tímida, dirá as palavras certas nos momentos adequados e com convicção, por exemplo. O mesmo ocorre com uma pessoa impaciente; ela poderá aproveitar essa característica para que as tarefas ao seu redor sejam concretizadas de forma rápida e eficiente.
Porém, vale ressaltar que a luta pela revolução humana deve ser empreendida juntamente com outras pessoas, que contribuirão para polirmos nossa vida e mudarmos alguns aspectos que nos fazem retroceder. Unirmos aos outros visando a um objetivo comum — a felicidade da humanidade —, contribuirá muito para avançarmos.
O grandioso movimento pela propagação do Budismo de Nitiren Daishonin promovido em nossa organização nas diversas formas de atividades não tem outro objetivo senão proporcionar uma oportunidade concreta para as pessoas realizarem a revolução humana, dedicando-se em prol das demais.
Na nossa caminhada visando à revolução humana, em que ponto devemos tomar cuidado?
A Revolução Humana não se consegue de um dia para o outro. É uma jornada árdua e longa. Talvez não sejam suficientes, mas os três pontos a seguir são muito importantes.

Em primeiro lugar, devemos ter inabalável decisão de fazer a revolução humana por meio da prática da fé do Budismo de Nitiren Daishonin. Sem que haja uma manifestação constante da energia vital obtida com intenso Daimoku recitado ao Gohonzon, seremos presas fáceis da própria fraqueza e dos obstáculos que aparecem diante de nós.
Em segundo lugar, devemos ter habilidade e a coragem de refletir honestamente sobre as nossas próprias fraquezas ou falhas, e a todo custo procurar vencê-las. É tendência matural de um ser humano apontar com muita facilidade os erros e defeitos dos outros e não conseguir ver os seus próprios. Entretanto, a revolução humana se inicia ao saber ver e reconhecer os próprios erros e defeitos que impedem o seu desenvolvimento. Nós que somos membros da BSGI devemos estar sempre em contato com os dirigentes veteranos, para que eles possam nos apontar as nossas falhas e defeitos vitais de modo que possamos vencê-los por meio da pratica da fé.
Em terceiro lugar, a revolução humana se realiza dentro da própria realidade em que vivemos os místicos hindus, os sábios taoistas e muitos outros retiraram-se parcial ou completamente da sociedade a fim de não serem corrompidos pela mancha da avareza, do egoísmo e da ira que são tão opressores na sociedade humana em todo o mundo. O Budismo, contudo, ensina que a flor de lótus floresce mais pura e perfeitamente imaculada justamente num pântano sujo. Não importando o quanto possa ser corrupta a sociedade em que vivemos, o alcance da iluminação é uma conclusão natural desde que mantenhamos a fé no supremo budismo. Ninguém que abraça o gohonzon necessita viver numa caverna longe do mundo secular ou tornar-se um mendigo para purificar a sua vida. Em vez disso, atirando-se no meio da luta contra as duras realidades da vida, empenhando-se na recitação do Gongyo e Daimoku e na realização do Chakubuku podemos transformar todas as circunstancias desfavoráveis em fertilizantes para o nosso próprio progresso. Eis a atitude correta de quem trilha o caminho da revolução humana.
(do livro Guia Pratico do Budismo, pg 75/76)
REVOLUÇÃO HUMANA

"A grandiosa Revolução Humanade uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade."

O principal benefício do Gohonzon
Decidimos praticar o Budismo de Nitiren Daishonin justamente para receber os benefícios do Gohonzon. É obvio que ninguém se converte esperando algum malefício.
O que é então benefício? Eis uma pergunta que todos já fizeram alguma vez. Em ultima analise, beneficio significa revolução humana que, em outras palavras, é a revelação do estado de Buda, ou jobutsu.
Principalmente entre os japoneses, quando se fala em jobutsu concebe-se a idéia de morte. Para mudar essa concepção, o presidente Jossei Toda empregou a expressão revolução humana.
Por outro lado, quando falamos em benefício, logo pensamos em transformar a pobreza em riqueza, a desarmonia em harmonia, a doença em saúde etc. não há duvida de que tudo isso são comprovações dos benefícios da pratica do Budismo. Entretanto, ainda são benefícios menores. O Presidente Jossei Toda sempre dizia que se os benefícios do Gohonzon fossem comparados ao tamanho da Terra, os benefícios que as pessoas obtem não passariam ainda do tamanho de uma bola de pingue pongue. Podemos dizer que a nossa idéia de beneficio, ainda é restrita.
De forma concreta, beneficio indica um fortalecimento da energia, que é o fator principal para alcançarmos a percepção da circunstancia do estado de Buda. É justamente aqui que se encontra a finalidade ultima do Budismo de Nitiren Daishonin.”
(Guia Prático do Budismo do Budismo, pg 123)
Uma transformação em nossa determinação inicialmente produzirá uma transformação nos limites internos de nossa vida; isso nos possibilita a manifestar qualidades de excelente saúde, uma força abundante e uma ilimitada sabedoria. Uma vida que foi transformada dessa forma conduzirá outras em direção à felicidade e se comprometerá em extinguir o mal. Também terá um impacto na sociedade e no meio ambiente, transformando ambos num paraíso de paz e prosperidade.
Temos de combater o sentimento de incapacidade e pessimismo que manifestam-se em nosso interior. E “Viva para Vencer” é fazer a revolução humana de si próprio.

domingo, 2 de maio de 2010

Aprimoramento de líderes


Prezados amigos,

No domingo passado, dia 25/04, os líderes de blocos e comunidades do Distrito Tauá tiveram a oportunidade de participar de um maravilhoso aprimoramento com a presença do Sr. Eiichi Sago. Durante sua explanação o Sr. Sago nos relembrou passagens da vida do Buda Nitiren Daishonin, destacando o profundo respeito que devemos ter pelo Buda Original dos Últimos Dias da Lei. Ressaltou a importancia da propagação da Lei através da realização do chakubuku e nos incentivou na consolidação dos Blocos Monarcas.


Parabéns a todos que participaram.