Nossos próximos encontros serão

Daimoku da União - dia 18/08, quarta-feira, as 19:00 hs.

Reunião de Membros e Convidados - dia 19/08, quinta-feira, as 17:00hs.

O local está indicado na sua programação.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Espírito de procura

Abutsu-bo, um modelo de espírito de procura (1)
(Brasil Seikyo, edição nº 1832, 18/02/2006, página A7.)

Pergunta: Poderia esclarecer quem foi Abutsu-bo?

Resposta: Endo Tamemori, que posteriormente veio a ser conhecido por Abutsu-bo, era um guerreiro samurai que serviu o imperador aposentado Juntoku, em Quioto. Numa tentativa fracassada de destronar o regime Hojo, Juntoku acabou sendo exilado juntamente com seu leal samurai Endo à miserável Ilha de Sado, acusados de rebelião contra o Shogunato Kamakura.
Após a morte de Juntoku, Endo assumiu o nome budista de Abutsu-bo, contração do nome do buda Amida, reverenciando incessantemente sua imagem pelo repouso de seu mestre. Tornou-se também um respeitado líder de uma vila agrícola que rodeava o vale central da Ilha de Sado, vale esse em que Nitiren Daishonin cumpriu seu exílio no período de 1271 a 1274. Daishonin fora exilado a esta ilha logo após a Perseguição de Tatsunokuti liderada por Hei no Saemon, sub-chefe da polícia militar da época.

Nitiren viveu nesse período numa cabana de madeira chamada San-maido, adotada como abrigo para os visitantes de um cemitério das proximidades. Cadáveres de indigentes e criminosos eram amontoados e abandonados lá. Este era o aspecto da Ilha de Sado. Um local gélido em que neve se acumulava e nunca derretia e para o qual eram enviados os criminosos do Japão. Os demais moradores, na maioria seguidores da seita Nembutsu, eram inclusive instruídos a manterem distância dos exilados e de maneira alguma oferecer qualquer tipo de ajuda. Todos, incluindo Abutsu-bo, odiavam Nitiren Daishonin, enfurecidos por ele criticar a crença no Buda Amida.
Numa noite, Abutsu-bo aproximou-se da cabana em ruínas, e encontrou Daishonin e Nikko Shonin. Disposto a matar Daishonin, começou a questioná-lo sobre as denúncias ao Buda Amida. À medida que ouvia respostas a todas as questões e sobre a grandiosidade da Lei Mística, Abutsu-bo ficou comovido pela elevada condição de vida e benevolência de Nitiren Daishonin e finalmente desfez-se de sua fé e jurou segui-lo por toda a vida. Estava tão impressionado que, ao retornar ao lar, converteu também sua esposa, Senniti-ama.

Desde então, Abutsu-bo passou a proteger Daishonin enviando-lhe alimentos juntamente com Senniti-ama arriscando a própria vida. O casal levava, inclusive, penas de escrever e outras necessidades. Abutsu-bo chegou a levar uma mesa para tornar mais fácil a Nitiren Daishonin a tarefa de escrever suas obras. Como resultado desta devoção de Abutsu-bo, pesados impostos caíram sobre ele e seu feudo foi confiscado.

Com o apoio de Abutsu-bo, Daishonin foi capaz de escrever muitos de seus mais importantes trabalhos em Sado, incluindo os escritos “Carta de Sado”, “O Objeto de Devoção para a Observação da Mente” e “Abertura dos Olhos”.

Em reconhecimento à sua pura fé, Nitiren Daishonin inscreveu-lhe o Gohonzon. Podemos entender a consideração de Daishonin para com seu idoso discípulo na seguinte passagem do escrito “Sobre a Torre de Tesouro”: “Abutsu-bo, você merece ser chamado de líder desta província do norte. Seria possível que o Bodhisattva Jogyo tivesse renascido neste mundo como Abutsu-bo e tivesse vindo me visitar? Quão maravilhoso! Está além de minha capacidade compreender o porquê o senhor possuir tão pura fé.”

Devido à sinceridade e pureza da fé e coragem inabalável de Abutsu-bo, podemos hoje e por toda a posteridade, compartilhar algumas das mais importantes obras de Daishonin em que ele concentrou a essência de seus ensinos.

Fontes de consulta:
Terceira Civilização, edição no 363, novembro de 1998, pág. 36.
Prefácio, Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. I

Abutsu-bo, um modelo de espírito de procura (2)
(Brasil Seikyo, edição nº 1833, 25/02/2006, página A7.)

Pergunta: O que podemos aprender a partir da prática de Abutsu-bo?

Resposta: No início de 1274, Nitiren Daishonin foi perdoado de seu exílio à ilha de Sado por Hojo Tokimune. No momento de sua partida da ilha foi acompanhado pelo idoso casal Abutsu-bo e Senniti-ama, que se dedicaram sinceramente durante três anos servindo e protegendo o mestre no exílio. Na despedida, eles determinaram manter e propagar todos os ensinamentos de Daishonin em Sado.

Assim que retornou a Kamakura, Daishonin foi convocado para se apresentar diante de Hei no Saemon, subchefe da polícia militar. Saemon queria saber quando as forças mongóis atacariam o Japão. Daishonin assegurou-lhe que a invasão ocorreria dentro de um ano e advertiu-o que as orações das outras seitas budistas não poderiam salvar a nação. Como sua advertência foi ignorada, e também por ser a terceira advertência não atendida pelo governo, Daishonin deixou Kamakura e partiu em maio de 1274 para viver no sopé do Monte Minobu.

Em Sado, conforme os dias passavam, a ansiedade do idoso Abutsu-bo de reencontrar Daishonin aumentava. Finalmente, ele decidiu visitar Daishonin no Monte Minobu mesmo que isso significasse arriscar sua vida numa longa e perigosa viagem. Ele sabia que teria de atravessar a fúria do Mar do Norte do Japão para chegar ao Monte Minobu e caminhar aproximadamente 400 milhas através de densas florestas e terrenos acidentados, atravessando montanhas e campos. Nitiren Daishonin elogiou especialmente a esposa de Abutsu-bo, Senniti-ama, por sua sinceridade em encorajar o marido a viajar para reencontrá-lo em Minobu.

Abutsu-bo fez ao todo três viagens. Em 21 de março de 1279, aos 91 anos de idade, Abutsu-bo faleceu pacificamente em Sado.

O presidente Ikeda afirma que o admirável e destemido espírito de procura de Abutsu-bo é como o espírito dos membros da SGI que viajam até o Japão para aprimorarem-se na prática da fé e como dos membros atuais do Grupo Muitos Tesouros (Taho-kai) [Grupo da Soka Gakkai no Japão formado por membros com mais de 65 anos].

Em seus escritos, Daishonin descreve o significado da Torre de Tesouro enfatizando a sinceridade dos oferecimentos de seu estimado discípulo. Por exemplo, em “Carta a Abutsu-bo” consta: “Nos Últimos Dias da Lei, não há outra Torre de Tesouro além das figuras de homens e mulheres que abraçam o Sutra de Lótus”, e “Abutsu-bo é a própria Torre de Tesouro e esta é o próprio Abutsu-bo. Qualquer outra interpretação é desnecessária”.

Numa outra passagem encontramos: “O senhor pode pensar que ofereceu doação à Torre de Tesouro do Buda Taho, mas não é exatamente isso. O senhor ofereceu a si mesmo.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. I, pág. 347.)

Aqui Nitiren Daishonin assegura que fazer oferecimentos ao Gohonzon é o mesmo que fazer oferecimentos a si mesmo. Portanto, estimar e valorizar o Gohonzon equivale a estimar e valorizar a si próprio. Aqui reside o âmago da fé e a essência do budismo.

Daishonin esclarece que nos Últimos Dias da Lei nós próprios que recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo, independentemente da posição social, somos a Torre de Tesouro (Gohonzon) e que a Torre de Tesouro (Gohonzon) somos nós. Este ensino foi totalmente ignorado e distorcido pelo clero [da seita Nikken] que colocou a si próprio numa posição de respeito acima dos adeptos e manteve os seguidores subservientes pelo seu autoritarismo.

A admiração de Daishonin pela pura fé de seu discípulo motivou-o a nomeá-lo de Abutsu Shonin. O título “Shonin” significa “O Honrado”. Era para pessoas como Abutsu-bo que Daishonin concedia os títulos de “sábio”, “honrado” e “digno”. Esta descrição também aplica-se da mesma forma a todos nós que lutamos e superamos as dificuldades com base na prática da fé dentro do harmonioso mundo da Soka Gakkai.

Fontes de consulta:
Brasil Seikyo, edição no 1.249, 13 de novembro de 1993, pág. 3.
Ibidem, edição no 1.401, 8 de fevereiro de 1997, pág. 4.
Terceira Civilização, edição no 243, novembro de 1988, pág. 36.
Os escritos de Nitiren Daishonin.
Espírito de Procura

Num trecho do poema “Brasil seja monarca do mundo”, o presidente Ikeda escreve: “A verdadeira crença eleva e une os homens, abre e une os corações. Mestre e discípulo – a solidariedade verdadeira entre os seres humanos. Eis porque a relação entre mestre e discípulo é espírito de procura, desenvolvimento constante e uma relação eterna (...)”.

Porque Sensei diz que a relação entre mestre e discípulo é espírito de procura?
Quando buscamos um aprendizado realmente mais profundo sobre a vida, é indispensável encontrarmos um mestre que nos ensine e nos dê exemplos de vida. Todos os praticantes do budismo tiveram um mestre que passaram a ele os ensinamentos da filosofia budista. E todos os discípulos buscaram saber mais através do espírito de procura. Assim, quando caminhamos unidos com os veteranos da fé, temos a oportunidade de nos desenvolver rapidamente e conseguir dar grandes passos em direção a nossa revolução humana.

Sakyamuni ou Siddharta quando deixou sua vida de príncipe, foi movido por um enorme espírito de procura que o fez querer saber sobre os quatro sofrimentos da vida. Apesar de muito jovem, Siddharta era extremamente perspicaz e compreendeu rapidamente que ele e todas as pessoas enfrentavam igualmente os quatro sofrimentos da vida – nascimento (neste mundo dominado pelos problemas), envelhecimento, doença e morte. Embora estivesse cercado de suntuosidade, foi compelido pelo irresistível desejo de fazer algo a respeito desses sofrimentos, a renunciar à herança real, ao ambiente luxuoso e até mesmo à família. Almejando atingir a iluminação, passou a seguir uma vida de abnegação como a dos ascetas de sua época. Após um período de tempo considerável, descobriu que essa forma de viver era em vão. Retornou a uma vida mais moderada e engajou-se a uma profunda meditação até que finalmente atingiu seu objetivo. A fim de transmitir a todos a iluminação que havia alcançado, pregou durante cinqüenta anos deixando muitos ensinos, dentre eles o Sutra de Lótus.
Assim a filosofia foi sendo passada através dos séculos, de mestre a discípulo, graças ao espírito de procura de Sakyamuni e de cada um dos seus discípulos.
Nitiren Daishonin, o Buda Original dos Últimos Dias da Lei, estudou diversos ensinos budistas e mais profundamente, o Sutra de Lótus. Através do seu espírito de procura, analisou a vida e suas manifestações, atingindo a iluminação por si só – com sua própria compreensão – revelando a verdade fundamental da vida, o Nam-myoho-rengue-kyo.

Para nós discípulos de Nitiren Daishonin, o espírito de procura é o desejo de compreendermos as palavras do Sutra de Lótus e de colocá-las em prática na nossa vida, iniciando assim a nossa revolução humana.

Mas onde buscamos as respostas para o nosso espírito de procura?
O espírito de procura dentro da filosofia budista é algo essencial para o nosso desenvolvimento, para que possamos fazer a nossa revolução humana. Por isso, a nossa participação nas atividades da BSGI, nas reuniões de palestra, nas reuniões de estudo, nas reuniões comemorativas e nos encontros com o mestre, onde recebemos as diretrizes e os ensinamentos do presidente Ikeda e a nossa disposição para estudar os Goshos e colocar seus ensinamentos em nossa vida, também refletem nosso espírito de procura.

Participando de todas as atividades estamos manifestando o nosso espírito de procura. Mas o mais fundamental ensino, onde aprendemos realmente o que há de mais profundo em nossa vida, é a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo. Só através do Daimoku, da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo é que a verdade da nossa vida é revelada. Em síntese nosso espírito de procura nos leva à recitação do Nam-myoho-rengue-kyo.

Como disse Nitiren Daishonin “Algumas pessoas crêem no budismo como chamas ardentes enquanto outras como água corrente”. Como água corrente significa crer continuadamente sem nunca retroceder e sem se abalar pelas dificuldades. Para isso temos que ter um contínuo espírito de procura que nunca cessa, sempre procurando o nosso aprimoramento. Por isso o Sensei diz que é “desenvolvimento constante e uma relação eterna”.

O budismo não escraviza os participantes com dogmas pré-concebidos. Ao contrário, é uma filosofia viva e prática transmitida de pessoa a pessoa, de mestre para discípulo. É dito que os ensinos de um mestre somente podem ser transmitidos para um discípulo que mantém um puro espírito de procura. Se não fosse assim, o budismo não poderia ser compreendido, nem tampouco os ensinos de um mestre poderiam fluir continuamente para as novas gerações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário